Por Ana Letícia Loubak (TechTudo) e Gabriel Pereira (Colaboração)

ChatGPT é um robô desenvolvido pela OpenAI que usa inteligência artificial (IA) para interagir com os usuários. Ao contrário dos demais chatbots, que nem sempre entendem as perguntas feitas ou apresentam opções de resposta bastante limitadas, o ChatGPT é uma espécie de "Alexa sabe-tudo", mas conversando via texto, e não voz. Além de responder questionamentos complexos de forma coesa, o chatbot é capaz de compor redações do Enem e até escrever em linguagem de programação. Tamanha capacidade fez do ChatGPT um sucesso: ele foi lançado dia 30 de novembro e, menos de uma semana depois, já havia atingido a marca de 1 milhão de usuários.

Impressionadas com o bot, as pessoas têm chamado o ChatGPT de "fenômeno" e até "bizarro" – o bilionário Elon Musk, que por um tempo esteve diretamente ligado ao projeto, chamou a IA de "scary good" (algo como "bom de arrepiar", em tradução livre). Há até especialistas que acreditam que a tecnologia pode acabar com o sistema de busca do Google. Apesar de impressionante, o chatbot ainda está em fase experimental e, como toda solução baseada em IA, não está livre de problemas e controvérsias. Nas linhas a seguir, o TechTudo explica em detalhes o funcionamento do ChatGPT e explora as questões éticas que envolvem o robô.
Como usar o ChatGPT no seu celular sem instalar aplicativos
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O que é e como funciona o ChatGPT?

O ChatGPT é um chatbot que usa inteligência artificial para interagir com humanos de forma realista. O robô funciona de forma semelhante às assistentes virtuais Alexa, da Amazon, e Siri, da Apple, sendo capaz de manter conversas bastante fluidas e naturais. A diferença é que, em vez de voz, o ChatGPT se comunica por texto.
Para gerar as informações pedidas pelos usuários, o software recorre a um vasto banco de textos disponíveis na Internet, o que inclui artigos, notícias e até mesmo publicações do Twitter. Treinado com uma técnica de aprendizado de máquina chamada “Aprendizagem por Reforço com Feedback Humano” (RLHF, na sigla em inglês), o ChatGPT usa os feedbacks dos usuários para fornecer respostas cada vez mais rápidas, precisas e inteligentes.
O robô foi criado pela startup de pesquisa e desenvolvimento OpenAI, que também é responsável pelo software Dall-E. A empresa foi fundada em 2015 como uma pequena organização sem fins lucrativos pelo investidor do Vale do Silício Sam Altman e pelo bilionário Elon Musk, que deixou a presidência da organização em 2018.
Com o passar dos anos, a OpenAI atraiu a atenção de diversos investidores, o que motivou a equipe a montar uma subsidiária com fins lucrativos em 2019. Este, aliás, é um dos motivos pelos quais Musk, que agora é dono do Twitter, interrompeu o acesso da OpenAI à base de dados da rede social.
"Preciso entender mais sobre a estrutura de governança e os planos de receita da organização daqui para frente. A OpenAI começou como uma organização de código aberto e sem fins lucrativos. Nenhum dos dois ainda é verdade", disse o bilionário em um tuíte.

O que é possível fazer com o ChatGPT?

O ChatGPT tem diversas aplicações e é de uso simples: basta enviar uma pergunta ou comando, pressionar "Enter" e aguardar a resposta. O bot é capaz de tirar dúvidas gerais, contar piadas, resolver problemas matemáticos e até dar conselhos amorosos. Elaboradas e coesas, as respostas do ChatGPT impressionaram os usuários, que estão compartilhando suas experiências com o robô nas redes sociais.
Um usuário testou o ChatGPT com uma pergunta capciosa, e esse foi o resultado.
Outros foram mais ousados e pediram ao chatbot para desenvolver uma habilidade de um personagem de jogo feito em Python. O ChatGPT retornou com códigos escritos na linguagem de programação.
Houve até quem utilizou o software para ver quais seriam os jogadores da seleção brasileira mais adequados para a cobrança dos pênaltis na partida entre Brasil e Croácia, que resultou na eliminação do nosso país.
E também quem conseguiu pregar uma pegadinha no bot.
Apesar de hoje estar sendo usado principalmente para divertir os usuários, o ChatGPT pode ter diferentes aplicações no dia a dia. Seria possível usar a tecnologia para responder dúvidas de clientes em plataformas de e-commerce, automatizar o atendimento em serviços online como Internet Banking, e criar conteúdo digital, por exemplo.
Vale ressaltar, porém, que o ChatGPT é um protótipo e não está pronto para ser vendido para empresas. Para que isso ocorra, é preciso que a OpenAI aperfeiçoe a ferramenta, cujo funcionamento esbarra em certas questões éticas.

Devemos nos preocupar com o ChatGPT?

Assim como outras soluções baseadas em inteligência artificial, o ChatGPT não está livre de polêmicas e controvérsias. A OpenAI admitiu que o chatbot pode fornecer "respostas plausíveis, mas incorretas ou sem sentido" – um problema que a própria empresa considera desafiador. Para Mathias Felipe de Lima Santos, pesquisador do projeto "Human(e) AI", da Universidade de Amsterdam, isso pode contribuir para a disseminação de desinformação.
"O ChatGPT tende a reproduzir textos muito fidedignos à escrita humana, e também é muito eficiente na composição estrutural dos textos. O problema é que, apesar de críveis, esses textos não necessariamente trazem referências reais ou corretas. Durante testes com a ferramenta, houve casos em que o robô criou uma referência, por exemplo. Ao mesmo tempo em que isso é impressionante, é um perigo quando pensamos em disseminação de desinformação, porque a fonte é falsa, não existe", afirma. Diferente do Google, o ChatGPT não informa a fonte das informações.
No Twitter é possível encontrar publicações com experiências de pessoas que usaram a ferramenta para escrever textos mais complexos, como uma redação com o mesmo tema do Enem 2022. Apesar de a coesão e coerência do resultado chamarem a atenção, Santos acredita que ainda é cedo para usar o ChatGPT como apoio no processo de aprendizagem.
"Da forma como funciona hoje, a ferramenta pode gerar muitas deficiências na aprendizagem dos alunos que a utilizam, e também dificultar para os professores a identificação de plágio, já que os textos são muito bem elaborados", explica.
"Por outro lado, se o ChatGPT só respondesse com informações corretas e confiáveis, ele poderia ajudar a encontrar novas fontes de informação e outras referências que talvez as pessoas não estivessem tão acostumadas a consumir. É uma faca de dois gumes. Para o chatbot funcionar nesse segundo sentido, a ferramenta ainda precisa melhorar muito", completa o pesquisador.
Outro ponto crítico, segundo Lima, é a possibilidade de a inteligência artificial ajudar a perpetuar preconceitos de raça, gênero, cultura, entre outros. "Mesmo que o chatbot tenha sido alimentado apenas com informações de fontes confiáveis, como a grande mídia, existem alguns preconceitos que são comumente reproduzidos nesses veículos. Então, se os dados foram treinados com conteúdos jornalísticos que reproduzem a ideia de que favela é igual a violência, por exemplo, as respostas vão refletir esse pensamento", explica.
Nesse sentido, o pesquisador acrescenta ainda que a quantidade de dados usados para treinar o ChatGPT é bem menor que a quantidade usada pra treinar o GPT-3, modelo de linguagem neural semelhante. "Dependendo da amostra empregue para treinar o modelo, as respostas podem, sim, estar enviesadas", afirma.

ChatGPT vai substituir o Google?

Apesar de estar cercado de controvérsias, o potencial do ChatGPT é grande, e pode até abalar os negócios do Google. Ao menos é o que acredita o desenvolvedor Paul Buchheit, um dos criadores do Gmail. Ao comentar sobre o sucesso do chatbot, ele deu cerca de dois anos para que o mecanismo de pesquisa seja liquidado pela IA.
"O Google pode estar a apenas um ou dois anos da disrupção total. A IA eliminará a página de resultados do mecanismo de pesquisa, que é onde eles ganham a maior parte de seu dinheiro", disse ele em um tuíte.
Embora não acredite que o Google será liquidado, o pesquisador Mathias Felipe de Lima Santos reconhece que existe uma mudança na forma como as pessoas estão buscando por informação – e que a IA tem muitas oportunidades a explorar nesse novo cenário.
"O Google não é a única fonte digital de informação, como costumava ser no passado. Hoje em dia muitas pessoas mais jovens estão fazendo buscas no TikTok, por exemplo, então existe um movimento de pesquisar por informações além dos mecanismos de busca tradicionais", diz.
Além disso, vale ressaltar que o ChatGPT foi treinado com informações disponíveis na Internet até 2021. Isso significa que, se for questionado sobre eventos posteriores, o robô não conseguirá responder ou retornará com informações incorretas.Nesse sentido, a falta de acesso a dados em tempo real é um dos entraves para a utilização da inteligência artificial como buscador.

Como usar o ChatGPT?

Para usar o ChatGPT, basta entrar no site da OpenAI (openai.com) e rolar para baixo até encontrar a opção “TRY CHATGPT”. Em seguida, faça login ou crie uma conta na OpenAI. Uma vez logado na plataforma, basta escrever uma pergunta ou comando na barra inferior e pressionar "enter". O chatbot, então, fornecerá uma resposta. Se não ficar satisfeito com o que o robô disse, clique em "Try again" para tentar outra vez. O ChatGPT está disponível no navegador web pelo PC e também em dispositivos com Android e iOS.
Apesar de o ChatGPT oferecer respostas para perguntas variadas, não é possível conversar sobre qualquer assunto com o software. A inteligência artificial possui algumas limitações, como não conseguir abordar assuntos muito recentes. Isso porque ela foi alimentada com informações disponibilizadas na Internet até 2021.
Com informações de Reuters, LinkedIn, Twitter e Daily Mail
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